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Não. Não precisamos de heróis.

junho 6, 2014

O digno, ilustre e respeitado cidadão Joaquim Barbosa, Ministro do Supremo Tribunal Federal às vésperas da aposentadoria, recebeu da imprensa nacional, pelo simples fato de anunciar seu afastamento do serviço público, tanta especulação, que chega a incomodar quem busca os meios de informação não mais do que para se manter informado. Uma radialista de respeitada emissora de Belo Horizonte disse em jornal matutino, que se sentia órfã com a precoce saída do homem que teve coragem, etc, etc.

Não desmereçamos a postura firme do presidente do STF, que nada mais fez que sua obrigação. Não creiamos que fazer o correto seja digno de tanto louvor, afinal, até parece que agir corretamente é uma exceção a ser elogiada, festejada, com pompas “et al”. Joaquim Barbosa fez em sua carreira o que seus pares deveriam fazer, mas infelizmente, por força do cabresto ou por fraqueza do caráter, não fazem.

Não deveria haver o que se comemorar se ele cumpriu sua obrigação, nem o que se lastimar com sua saída. A ele e a todos os servidores públicos que se afastam ao termo de sua carreira, não mais cabe que o reconhecimento público, caso tenha sido honrado o bastante para não se enlamear em falcatruas e mutretas. Nada mais, pois o seu salário vitalício já é mais que um excelente agradecimento.

Se nos sentimos órfãos toda vez que um homem honesto sai de cena, aí sim, temos um problema grave e preocupante em nossa ética, na ética de nosso povo, de cada um de nós, que requer atenção urgente. Não seremos respeitados pelo restante do planeta enquanto houver entre nós a necessidade de forjar um herói onde há apenas um mero cumpridor de seus deveres. Sejamos gratos ao Joaquim, mas não se confunda sua toga com a capa do Batman ou do Super homem. Não funciona assim.

From → Crônica

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